14 de setembro de 2013

Maragojipe: Proprietários cedem áreas para plantio


Vários proprietários de terra da região de Irriquitiá, em Maragojipe, estão colaborando com o esforço concentrado do Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP) de reflorestar áreas devastadas. Empenhados em trazer de volta o verde para as margens de rios e nascentes, eles cederam faixas de terra em suas propriedades para o plantio de mudas.

“Vamos fortalecer os mananciais, plantando nas margens embaúba, murici e ingá. A equipe do EEP já enviou mudas de murici e de outras árvores que nem conheço, porque não se viam mais por aqui. A adaptação vai ser boa, porque são espécies nativas da região”, afirma Manoel Lapa Silva Almeida, o Pinha, dono de duas fazendas que somam aproximadamente 350 hectares. 

Pinha considera o trabalho essencial para restabelecer o equilíbrio ecológico da região. “Estou preocupado com a falência do rio Topá. Seu curso está reduzindo a cada ano”, diz ele, que planta limão e laranja e também cria gado. “Espero que o trabalho realizado nas minhas terras leve outros proprietários a fazerem com o Estaleiro essa parceria, que faz tão bem à natureza”, argumenta.

A bióloga Karla Barreto, que coordena as ações do EEP em campo, afirma que a parceria com os proprietários é essencial para o sucesso do programa Verde Novo. “Fazemos reuniões com as comunidades e oficinas com crianças explicando a importância de conservar áreas verdes e depois visitamos propriedades. Contamos com o apoio do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), que manda ofício para as pessoas, dizendo que elas devem plantar”, diz a bióloga, ressaltando que manter a vegetação em áreas de nascentes e margens de rios é uma obrigação legal.

“Quanto mais plantar árvore, mais gera água”, resume o criador de gado Jorge Guedes, em cuja fazenda a equipe de Karla já está plantando. “Tenho cerca de 200 hectares e sei que, para o gado, a água é mais importante do que o capim. Mantendo as margens e a nascente do rio Irriquitiá sempre plantadas, o volume de água pode aumentar muito. É uma garantia contra a seca”, argumenta.

O Programa Verde Novo vai reflorestar em torno de 60 hectares de terras no Recôncavo baiano – cerca de 10 hectares só de mangue. O EEP entra com as sementes, as mudas, as cercas, o plantio e ainda garante três anos de monitoramento para que a vegetação floresça.

As ações incluem oficinas de sensibilização com crianças, muitas delas já inteiradas de temas complexos como erosão e mata ciliar. “Os pequenos acabam influenciando os pais, que passam a valorizar o reflorestamento”, conta Karla.



Informações: Marcelo Gentil / Comunicação EEP

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