Vários proprietários de terra da região de Irriquitiá, em Maragojipe,
estão colaborando com o esforço concentrado do Estaleiro Enseada do Paraguaçu
(EEP) de reflorestar áreas devastadas. Empenhados em trazer de volta o verde
para as margens de rios e nascentes, eles cederam faixas de terra em suas
propriedades para o plantio de mudas.
“Vamos fortalecer os mananciais, plantando nas margens embaúba, murici e ingá.
A equipe do EEP já enviou mudas de murici e de outras árvores que nem conheço,
porque não se viam mais por aqui. A adaptação vai ser boa, porque são espécies
nativas da região”, afirma Manoel Lapa Silva Almeida, o Pinha, dono de duas
fazendas que somam aproximadamente 350 hectares.
Pinha considera o trabalho essencial para restabelecer o equilíbrio ecológico
da região. “Estou preocupado com a falência do rio Topá. Seu curso está
reduzindo a cada ano”, diz ele, que planta limão e laranja e também cria gado.
“Espero que o trabalho realizado nas minhas terras leve outros proprietários a
fazerem com o Estaleiro essa parceria, que faz tão bem à natureza”, argumenta.
A bióloga Karla Barreto, que coordena as ações do EEP em campo, afirma que a
parceria com os proprietários é essencial para o sucesso do programa Verde
Novo. “Fazemos reuniões com as comunidades e oficinas com crianças explicando a
importância de conservar áreas verdes e depois visitamos propriedades. Contamos
com o apoio do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade), que manda ofício para as pessoas, dizendo que elas devem
plantar”, diz a bióloga, ressaltando que manter a vegetação em áreas de nascentes
e margens de rios é uma obrigação legal.
“Quanto mais plantar árvore, mais gera água”, resume o criador de gado Jorge
Guedes, em cuja fazenda a equipe de Karla já está plantando. “Tenho cerca de
200 hectares e sei que, para o gado, a água é mais importante do que o capim.
Mantendo as margens e a nascente do rio Irriquitiá sempre plantadas, o volume
de água pode aumentar muito. É uma garantia contra a seca”, argumenta.
O Programa Verde Novo vai reflorestar em torno de 60 hectares de terras no
Recôncavo baiano – cerca de 10 hectares só de mangue. O EEP entra com as
sementes, as mudas, as cercas, o plantio e ainda garante três anos de
monitoramento para que a vegetação floresça.
As ações incluem oficinas de sensibilização com crianças, muitas delas já inteiradas
de temas complexos como erosão e mata ciliar. “Os pequenos acabam influenciando
os pais, que passam a valorizar o reflorestamento”, conta Karla.
Informações: Marcelo Gentil / Comunicação EEP
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