Cinco litros de óleo usado, dois litros de água, um quilo de
soda cáustica em escamas e duzentos mililitros de amaciante. A Enseada
apresentou essa receita de sabão ecológico, nesta terça-feira (10), durante
oficina do Programa de Sustentabilidade da Atividade Pesqueira, na sede da
Associação Beneficente de Pescadores, Marisqueiras e Moradores da Comissão e
Baixinha (ABPMMCB), em Maragojipe.
A ideia de reutilização do óleo surgiu na região em 2010,
num dos distritos de Saubara, município que compõe a Área de Influência Direta
do Estaleiro (AID). Lá, a Associação de Pequenos Produtores Alternativos de
Cabuçu (APAC) começou a produzir o sabão sustentável, a partir do óleo de fritura
das cozinhas de restaurantes e lanchonetes da localidade. “Depois que elas
iniciaram, não pararam mais. Trazemos esse exemplo de sucesso para que
Maragojipe se transforme também em um ponto de fabricação e comercialização
desse produto”, declarou Maurícia Vital, da equipe de Responsabilidade Social
da Enseada.
“Quem tá acostumada a bater vatapá e canjica na mão grande
não vai ter trabalho algum”, comentou Anaci Lima, marisqueira do bairro da
Comissão, ao acompanhar a aula prática sobre a produção do sabão. A associada,
que chegou a mexer os ingredientes da receita com a colher de pau, acredita que
com boa vontade o projeto tem tudo para dar certo na comunidade. “É acreditar e
se unir. Vejo com bons olhos essa proposta, só depende de nós”, disse.
Ariston de Moraes, analista de Projetos do Conexão (Sete
Brasil) e responsável pelo eixo Empreendedorismo do Programa, avalia de forma
muito positiva a alternativa de renda extra para as marisqueiras das duas
localidades. “Enxergo o projeto como uma excelente oportunidade de as
associadas incrementarem a renda e, ao mesmo tempo, contribuírem com a
preservação do meio ambiente. Estaremos à disposição para orientá-las”,
comentou.
De acordo com Gildete Fialho, integrante da área de
Responsabilidade Social, o sucesso do negócio é praticamente certo, desde que o
grupo esteja unido e engajado. “Com cinco litros de óleo é possível produzir
cerca de 30 barras de sabão. Esse nicho de mercado pode ser explorado pela
comunidade. Ganhar um dinheiro extra e preservar a natureza é tudo de bom”,
comentou Fialho, que é ex-marisqueira e moradora da Comissão.
Fonte: Navegando Juntos
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