Em
entrevista ao Bahia Notícias, o advogado Ademir Ismerim explica a situação da
criação de novos municípios na Bahia.
Leia:
Entre
a aprovação pela Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (4), do Projeto de Lei
Complementar 416/08, do Senado, que regulamenta a criação de municípios, e a
materialização de novas cidades baianas há ainda um longo caminho. Apesar de a
Constituição do Estado da Bahia, de 1989, prever a alteração de limites
territoriais e o desmembramento de municípios para a constituição de outros, a
entrada em vigor da nova lei não implica o surgimento imediato das 50 cidades
mencionadas na Carta Magna estadual.
“Esses
municípios foram inseridos na Constituição Estadual e não quer dizer que eles
passarão a existir porque foram criados com base em outros critérios”, afirmou
o advogado Ademir Ismerim. Segundo ele, “a realidade era outra quando essa
disposição transitória foi aprovada”. Ele cita como exemplo o fato de que
“naquela época, os estados tinham autonomia para criar” e lembra que o texto
aprovado pela Câmara e que segue para o Senado estabelece critérios para a
fundação de novas unidades federativas. Um deles é a viabilidade de emancipação
da localidade, que engloba questões financeiras, político-administrativas e
sócio-ambientais.
Ismerim
ressalta que o texto da nova lei “veda a criação de municípios novos quando
inviabilizar os atuais” e define uma “população mínima de sete mil habitantes”
para que distritos da região Nordeste possam pleitear a emancipação. “E metade
desses sete mil tem que ser de eleitores”, complementa o especialista. Além
disso, será necessária realização de um plebiscito, do qual participará toda a
população do “município-mãe”, para aprovar o desmembramento. “Pode ser que a
Assembleia verifique que todos esses municípios [citados na Constituição da
Bahia] atendem a esses novos critérios, mas no meu entendimento é preciso que o
processo comece do zero”, pondera Ismerim.
Segundo
ele, “podem ser criados até mais do que esses 50”. De quem depende? “Com a
palavra, a Assembleia Legislativa”, resume o jurista. O número de municípios
brasileiros saltou de 4.491 para 5.507, entre 1991 e 1996, quando uma emenda à
Constituição proibiu a criação pelas casas legislativas dos estados. Ou seja,
mais de 22% das municipalidadades do País foram fundadas no curto período de
cinco anos. Entre as cidades baianas que podem ser divididas estão Camaçari,
Itacaré, Jaguaquara, Maragogipe, Catu, Santo Amaro, Araci, Prado, Belmonte,
Camamu, Queimadas, São Desidério, Senhor do Bonfim, Ilhéus, Itapicuru e
Tucano.
Fonte: Bahia
Notícias
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