Nesse clima, a baixa umidade, as mudanças bruscas de temperatura e o aumento da
poluição do ar são os principais motivos de preocupação, especialmente para
quem já tem doenças respiratórias crônicas. A época também provoca queda da
imunidade das pessoas, tornando-as mais predispostas a ficar com esses
problemas mais comuns decorrentes do clima frio e seco.
Segundo Alexandre Cercal, Otorrinolaringologista e membro da Associação
Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cervico-Facial, de Curitiba, as
baixas temperaturas e as chegadas das massas de ar frio propiciam a congestão
do nariz, dos seios da face e dos ouvidos, e podem gerar sintomas típicos dos
resfriados, como obstrução nasal, dor na face, coriza e espirros.
“As baixas temperaturas e os resfriados criam as condições propícias para a
propagação dos vírus das gripes, que se disseminam no inverno. Isso fica ainda
mais forte porque, para evitar o frio, as pessoas ficam em ambientes fechados,
o que faz com que torna ainda mais fácil a passagem dos vírus entre as
pessoas”, explica.
Outro fator comum nesta época do ano é a presença da neblina e da inversão
térmica, responsáveis por um maior acúmulo de poluentes na atmosfera, o que faz
com que a qualidade do ar que a população respire fique pior.
As doenças respiratórias mais comuns:
Segundo Cercal, as doenças decorrentes do clima frio que mais atingem a
população são, além do resfriado e da gripe – que o especialista faz questão de
lembrar que são diferentes, - “a gripe é causada normalmente pelo vírus da
influenza. Caracteriza-se por um quadro de infecção mais intenso. Pode
apresentar febre alta, dores no corpo, dor de cabeça e calafrios. Coriza, tosse
e faringite podem ficar em segundo plano.
Uma gripe mal curada pode resultar em sinusite ou pneumonia. O resfriado tem os
mesmos sintomas, mas aparecem de uma forma mais branda. O resfriado não impede
ninguém de ir ao trabalho, estudar, ou de qualquer outra atividade cotidiana, a
gripe pode impedir”, Ressalta. A bronquite, a rinite, a sinusite, a otite, a
asma, a faringite, a pneumonia, entre outros, são algumas das doenças que podem
aparecer em decorrência do clima frio.
Os principais responsáveis pelas infecções respiratórias agudas são os vírus,
que somam mais de 90% dos casos, e as bactérias. O especialista explica que as
reações alérgicas, como a rinite, por exemplo, são causadas, em sua grande
maioria, pelos ácaros – microorganismos encontrados na poeira. “A asma, doença
genética, não tem cura, mas sim controle”, lembra.
Cercal alerta que em muitos casos é possível evitar as doenças respiratórias
seguindo algumas dicas simples, como por exemplo, sempre deixar o ambiente
ventilado. “Não importa se está frio ou chovendo. É preciso deixar pelo menos
uma fresta da janela aberta – e isso deve ser levado muito em consideração por
quem anda de ônibus, já que não se conhece as pessoas que estão ao seu redor e
muito menos se elas estão com alguma doença respiratória”, explica.
Outras dicas são lavar as mãos frequentemente durante todo o dia, beber
bastante água, mesmo sem sentir sede, evitar o acúmulo de poeira em casa, lavar
e secar ao sol mantas, cobertores e blusas de lã guardadas por muito tempo.
O doutor conclui, relembrando que a associação dos fatores: baixas
temperaturas, maior frequência de viroses e aumento da poluição atmosférica,
faz do inverno uma estação muito propícia para as doenças respiratórias. “Por
isso, se cuidar nunca é demais. E lembre-se, nunca se automedique. Se estiver
com algum problema, vá ao seu médico”, alerta.
Fonte: Tribuna da Bahia

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